Servidores desviaram aproximadamente R$ 1 milhão de recursos federais através de fraudes em abastecimentos de veículos
Polícia Federal cumpre mandado na SEMSA. Foto: Arquivo
Por Lorena Lima
Na manhã desta quinta (11) a Polícia Federal, por meio do Ministério Público, deflagrou a Operação Carburante II, cumprindo três mandados de busca e apreensão em Macapá. As investigações apontam que servidores da Secretaria Municipal de Saúde de Macapá (SEMSA) e empresário, desviaram cerca de R$ 1 milhão de reais de recursos federais, que deveriam ser utilizados no combate a pandemia da Covid-19.
Um dos servidores entregava os tickets a namorada para abastecer o carro dela. Além disso um vereador utilizou parte do valor para adquirir veículo avaliado em R$ 300.000,00 reais.
De acordo com a PF, os funcionários se associaram para desviar valores, por meio de fraudes em abastecimento de veículos, em lançamentos de diárias, que são valores pagos ao servidor quando ele viaja no interesse do serviço, além de gastos com compra de água e alimentação. No ano de 2020, em apenas três meses, foram gastos com abastecimento de combustíveis o montante de R$ 580.670,00 e em 2021, o valor foi de R$ 419.330,00.
"Identificou-se uma nova vertente de desvio que era através de tickets em que servidores públicos vendiam tickets para determinado funcionário público, no caso o vereador. Ele repassava para várias pessoas devolvendo em dinheiro no bolso desses agentes públicos", explica o delegado da Polícia Federal Matheus Calabresi.
Os acusados podem responder pelos crimes de associação criminosa, corrupção ativa e passiva, e lavagem de dinheiro.
Em nota a Prefeitura de Macapá informa que "nenhum mandado foi cumprido nos prédios do Município. A PF esteve na sede da administração pública, para comunicar que os investigados estão proibidos de acessar sistemas e documentos, e devem ser exonerados. As investigações são referentes a desvios de recursos públicos ocorridos em 2020. O Município reforça que os documentos levados durante a primeira fase da operação, já foram devolvidos à Secretaria Municipal de Saúde, após a PF não identificar nenhum indício de envolvimento da atual gestão nos fatos ocorridos no ano de 2020. Os servidores municipais investigados, por supostamente estarem envolvidos, já haviam sido afastados."
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