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Moradores da Ponte do Coqueiro são ameaçados de terem casas demolidas

Atualizado: 25 de out. de 2022

A comunidade relata não ter recebido chaves de apartamentos no Conjunto Habitacional Miracema

Casas sendo demolidas. Foto: Lorena Lima


Os moradores da Ponte do Coqueiro no bairro Novo Buritizal em Macapá foram intimidados na manhã dessa quarta (19) pela Polícia Militar e Força Tática. O motivo é que a comunidade está sendo obrigada a deixar suas casas e se mudar para o Conjunto Habitacional Miracema, sem qualquer aviso prévio.



O habitacional foi entregue ainda esse ano na Zona Norte da capital, o prédio com centenas de apartamentos e casas serão destinados aos moradores da área de ressaca.


As equipes da PM teriam ameaçado retirá-los de suas casas caso não assinassem documento de aquisição dos apartamentos novos na Zona Norte. Muitos moradores relataram estarem amedrontados e sem saber o que fazer. Levaram a vida inteira para construir suas casas, comércios e vida no local, se recusam pagar R$ 80 mil em dívida do apartamento e seus filhos estudam próximo da área de ressaca.


Baixinho, líder comunitário da Ponte do do Coqueiro. Foto: Lorena Lima


Os moradores nos relataram que não sabiam que o conjunto seria construído para eles e nunca tiveram reunião sobre mudanças para o Habitacional Miracema. Iremar Silva Guimarães, conhecido como baixinho, é liderança da comunidade e mestre de obras e mora na ponte do coqueiro há 30 anos. Baixinho é um dos diversos moradores que não querem perder suas casas e conta que não foram avisados sobre retirada e se sente humilhado. “A gente já tem casa pra gente, não queremos pagar R$ 79.800,00. A gente não está tendo direito a nossa própria casa, em 33 anos nunca tinha visto isso. A população tá sendo oprimida e obrigada a assinar um documento porque a polícia está acompanhando”, relata Baixinho.


Moradora Fabíola tem comércio e contou ter sido ameaçada e sofrido preconceito por ser moradora da área de ressaca.


Lindinalva Fernandes também é moradora e conta que mora há 35 anos na ponte do coqueiro e criou seus filhos no local e vive insegurança de não saber o que fazer diante da perda de sua casa: “a gente já não consegue mais nem dormir o meus filhos eu criei tudo aqui, agora estão querendo desmanchar as casas e a gente e a gente não tem pra onde ir. Eu me sinto humilhada dentro da minha própria casa sem poder fazer nada nem por mim e pelo meus filho é muito triste o que está acontecendo. Me levantar, deito e choro pedindo pra Deus pelo menos olhar por nós”, desabafa a moradora Lindinalva.


Equipes retirando moradores. Foto: Lorena Lima


A reportagem conversou com o Secretário de Infraestrutura do Estado Alcir Matos sobre a situação e afirmou que os moradores não podem ser expulsos e que devem denunciar prática. Ainda afirmou que somente moradores que receberam as chaves vão se mudar para o Habitonal.

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