Ex-policial é julgado após 2 anos do crime de feminicídio contra Kátia Silva

A empresária foi morta a tiros na noite do dia 8 de julho de 2020 durante discussão no carro

Fórum com cartazes pedindo justiça por Kátia. Foto: Lorena Lima

Inicia nessa segunda-feira (17) no Plenário da Vara do Tribunal do Júri do Fórum de Macapá o julgamento do ex-policial civil Leandro Freitas, acusado de assassinar a empresária Kátia Silva na noite do dia 8 de julho de 2020 (2 anos atrás). A titular da Vara do Tribunal é a juíza Lívia Freitas, que afirmou que o julgamento desse caso tem algumas peculiaridades.

Julgamento do Feminicídio no Fórum. Foto: Lorena Lima

Na época eles mantinham um relacionamento amoroso há pelo menos dois meses, e na noite do crime o suspeito estava sob efeito de bebida alcoólica manuseando arma de fogo na casa do filho da vítima, deixando as pessoas presentes desconfortáveis.

Após isso o casal discutiu dentro de um veículo em frente a residência, quando a nora e o filho da vítima ouviram disparos e encontraram Kátia ferida no chão e o réu cm ferimento no veículo. O crime ocorreu no Bairro Jardim Marco Zero em Macapá.

Segundo o advogado da acusação Promotor de Justiça Eli Pinheiro de Oliveira na noite do crime o acusado teria efetuado o disparo com a precisão de um caçador em regiões letais. “Isso causou grande repercussão e a sociedade aguarda ansiosa por uma resposta do poder judiciário. Eles só namoravam há dois meses, mas não há na lei tempo de relacionamento que estabeleça a relação”, explica.

Foto: Lorena Lima

A defesa de Leandro Freitas defende a tese de que o acusado não teria efetuado os disparos com a arma de fogo, e sim o filho de Kátia, como explicou o advogado da defesa Osny Brito. A alegação é de que não há provas suficientes que apontem Leandro o autor dos disparos.

Leandro foi preso em flagrante na época, recebeu autorização para responder em liberdade em novembro de 2020, mas voltou ao Instituto de Administração Penitenciária (IAPEN) em 2021.

Kátia se tornou símbolo da luta de mulheres contra a violência de gênero. Suas fotos divulgadas trazem a hastag #JustiçaporKátia.

Foto: Lorena Lima